Anitta x Annita: Disputa no INPI pelo direito de marca


Em uma disputa que une música, direito de imagem e propriedade intelectual, a cantora Anitta enfrenta a farmacêutica responsável pelo remédio antiparasitário "Annita", registrado desde 2004. A polêmica levanta questões importantes: a notoriedade pública de um nome artístico pode superar um registro anterior de marca? Quem realmente tem direito ao nome?

Contexto do Caso

O medicamento "Annita" (com dois “n”) foi registrado no Brasil em 2004 pela Farmoquímica. Ele é amplamente conhecido no setor farmacêutico como tratamento para infecções parasitárias.

Anos depois, a cantora Anitta ganhou fama internacional, transformando seu nome artístico em um verdadeiro ativo de marketing, usado em linhas de cosméticos, perfumes e diversas campanhas publicitárias.

Recentemente, a empresa farmacêutica solicitou ao INPI a ampliação da proteção da marca "Annita" para a categoria de cosméticos. Foi aí que a cantora, por meio de sua equipe jurídica, entrou com uma oposição formal ao pedido, alegando risco de associação indevida entre seu nome artístico e produtos não licenciados por ela.

O Conflito Jurídico

Apesar de sua fama e reconhecimento internacional, a cantora não possui registro da marca "Anitta" no INPI para as classes de medicamentos ou cosméticos. Já a Farmoquímica tem o registro da marca "Annita" para medicamentos desde 2004, o que configura anterioridade formal no uso da marca.

O embate então gira em torno de dois princípios clássicos do direito marcário:

  • Anterioridade de registro – quem registrou primeiro, tem prioridade.

  • Notoriedade da marca – quando um nome se torna amplamente reconhecido, ele pode ter proteção especial, mesmo sem registro em todas as classes.

Anitta tenta provar que seu nome artístico se tornou notório o suficiente para impedir o uso da marca “Annita” em outros segmentos.

Branding e Estratégia: o que está em jogo?

Este caso expõe um ponto-chave do branding moderno: a importância do registro formal aliado à gestão de imagem pública. A construção de uma marca pessoal forte é valiosa, mas, sem registro legal, ela fica vulnerável — mesmo em casos de fama mundial.

Para empresas, o caso também alerta sobre a necessidade de pensar estrategicamente nas categorias de proteção da marca, antecipando possíveis extensões de produto.

Análise Profissional: Quem tem mais chances de vencer?

Como profissional de branding e registro de marcas, minha análise é direta: a Farmoquímica provavelmente vencerá essa disputa.

A marca "Annita", com dois "n", foi registrada legalmente para medicamentos há mais de 20 anos — muito antes da cantora se tornar uma figura pública. Essa anterioridade tem um peso técnico relevante no INPI.

A cantora Anitta, embora amplamente reconhecida, não registrou seu nome como marca nas categorias envolvidas. Se sua oposição for acatada, será por força de sua notoriedade pública e influência — não por critérios jurídicos de prioridade de marca.

Caso isso aconteça, poderemos estar diante de um exemplo claro de como o lobby e a fama podem interferir em decisões técnicas, o que abre discussões mais amplas sobre os limites entre imagem pública e propriedade intelectual.

Do ponto de vista estratégico, este é um caso emblemático: notoriedade não substitui formalização. Ter um nome forte é importante. Ter esse nome legalmente protegido é essencial.


Elke, mercadóloga e sócia da Amora Marketing

www.amoramarketing.com.br

Abraços,

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